O período em que a criança começa a frequentar a escola é um momento de transição bastante importante para ela, pois irá fazer novos relacionamentos e conviver com outras pessoas. É nesse momento que surge o papel do educador como a figura que vai auxiliar no desenvolvimento da criança. O relacionamento entre aluno e professor, principalmente nos primeiros anos de escola, é bastante importante, pois ele será uma peça chave para o aprendizado da criança.
No entanto, muitas vezes as crianças permanecem mais tempo na companhia do professor do que com os próprios pais. “É importante que os pais acompanhem os primeiros anos de ensino criando, assim, um vínculo com a escola. Portanto, o papel que a escola possui na construção dessa parceria é fundamental, devendo considerar a necessidade da família, levando-as a vivenciar situações que lhes possibilitem se sentirem participantes ativos e não apenas meros expectadores”, afirma Alexandra Lima, coordenadora pedagógica do Centro de Educação João Paulo II (CEJPII).
Para ela o professor sempre teve como responsabilidade ajudar na educação acadêmica e social da criança, mas essa função tem mudado com o passar dos anos. “Hoje o relacionamento entre pais e filhos também mudou. As mães, por exemplo, são mais independentes, trabalham o dia todo e nem sempre conseguem verificar o desempenho da criança na escola. Por isso o papel do educador tem ser tornado tão importante”, explica.
Além disso, segundo a pedagoga, o diálogo familiar também sofreu mudanças que influenciam no desenvolvimento da criança. “Às vezes, os pais não têm tempo e não conseguem conversar com os filhos. Toda essa energia das crianças acaba sendo extravasada na escola. Percebemos que determinados alunos sentem essa necessidade do diálogo e é na sala de aula que eles têm essa oportunidade, seja com a professora ou com os colegas”, comenta.
De acordo com Alexandra é inevitável que o professor crie vínculos de afeto com os alunos, já que no caso do CEJPII, as turmas do infantil recebem crianças carentes a partir dos 3 anos de idade. “Porém, é preciso que o profissional saiba o momento em que é função dele educar e qual é a responsabilidade dos pais”, pondera.
Para Belmiro Valverde Jobim Castor, presidente do Centro de Educação, a escola tem que ser vista como parte da comunidade. Por isso é importante a presença dos pais no colégio. “Aqui no João Paulo II sempre tentamos fazer com que os pais participem das atividades da escola, incentivando o aprendizado e compartilhando as experiências aprendidas pelos filhos. Quando as crianças percebem que existe esse interesse dos pais, o desempenho deles também melhora”, avalia.
O Projeto
O Centro de Educação João Paulo II atende cerca de 220 alunos carentes de 3 a 14 anos, com ensino integral das 8h às 16h30 na educação infantil (3 a 6 anos) e programa de contraturno de 4 horas diárias para estudantes da rede pública. Os alunos têm uma jornada escolar diária de mais de oito horas, a mesma dos países desenvolvidos e duas vezes maior do que a jornada comum nas escolas brasileiras. Os estudantes são selecionados pelo critério da renda familiar, ou seja, quanto menor a renda, maior a prioridade para a matrícula.
Na proposta de contraturno escolar os alunos recebem aulas de reforço de matemática e de português e aulas de inglês, espanhol e artes plásticas. Além disso, o Centro também oferece diversas atividades para que eles sintam vontade de frequentar a escola como oficinas de teatro, de música, de dança e esportes. As aulas de Karatê, por exemplo, são frequentadas por todos os alunos, que aprenderam a ter mais disciplina e respeitar o próximo.