O Ensino Fundamental pode ser um desafio para muitas crianças

Deixar a Educação Infantil pode ser uma tarefa mais difícil do que os pais possam imaginar. Esse é o período de transição em que diminuem as atividades lúdicas e aumentam as responsabilidades, sendo que alguns estudantes podem ter mais resistência para aceitar a nova realidade. “O primeiro ano traz uma série de mudanças na rotina das crianças. O tempo destinado às brincadeiras diminuirá e o aluno terá mais tarefas para fazer em casa, além de ter que se dedicar mais aos estudos”, explica Alexandra Lima, coordenadora pedagógica do Centro de Educação João Paulo II (CEJPII).

Para Alexandra, a parte mais difícil é a criança aceitar e se acostumar a ter que fazer lição de casa, além de ter que estudar para as provas. “Para algumas isso pode se tornar um peso, já que no ano anterior ela passava maior parte do tempo brincando e interagindo com os colegas de sala. O aluno vai precisar ter que se acostumar a cumprir horários e deveres”, conta.

Segundo a coordenadora, é importante que o estudante seja incentivado para que consiga superar a fase de adaptação e não desanime no começo. “Os pais precisam passar segurança para o filho e explicar que ele está pronto para o novo desafio, se gerar mais expectativas do que deveria”, orienta.

Em contrapartida, a criança não pode ser cobrada mais do que o necessário, para que não tenha uma sobrecarga de exigências. Afinal, ainda está em fase de alfabetização. “O aluno do primeiro ano do Ensino Fundamental está passando por uma etapa de amadurecimento e conciliando o novo processo de ensino. Por isso é importante não forçar e respeitar o tempo de aprendizagem de cada um”, explica Alexandra.

Sobre as tarefas de casa, a coordenadora esclarece que os pais devem ajudar, dando orientações, mas é a criança quem deve fazer. “A lição de casa é um apoio ao que foi ensinado em sala de aula. O ideal é que o aluno tenha uma rotina em casa e se prontifique a fazer a tarefa sem ser cobrado. Isso estimula a criança a ter senso de responsabilidade”, afirma.

O Projeto

O Centro de Educação João Paulo II atende mais de 282 alunos carentes de 3 a 13 anos, com ensino integral das 8h às 16h30 na educação infantil (3 a 6 anos) e programa de contraturno de 4 horas diárias para estudantes da rede pública. Os alunos têm uma jornada escolar diária de mais de oito horas, a mesma dos países desenvolvidos e duas vezes maior do que a jornada comum nas escolas brasileiras. Os estudantes são selecionados pelo critério da renda familiar, ou seja, quanto menor a renda, maior a prioridade para a matrícula.