O Centro de Educação João Paulo II (CEJPII), localizado em Piraquara, na Grande Curitiba, não completou três anos de funcionamento e já conquistou diversos resultados positivos. Um deles foi ajudar a alavancar o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) dos alunos da Escola Municipal Júlia Wanderlei, que obteve o quarto maior índice do município. No quesito da melhoria do fluxo escolar, o escore da escola foi o segundo maior e nas duas avaliações (Matemática e Português) da Prova Brasil, os alunos superaram as médias das dezoito escolas da cidade. Essa foi a primeira vez que a Julia Wanderley teve seu IDEB calculado.
O CEJPII atende os estudantes da escola no programa de contraturno escolar, que oferece aulas de reforço escolar e atividades extracurriculares. “Isso demonstra o que o trabalho conjunto entre a educação pública e o voluntariado da sociedade civil organizada pode fazer para melhorar os padrões de educação”, pondera o Professor Belmiro Valverde Jobim Castor, Presidente do Centro de Educação João Paulo II.
Para o próximo cálculo do IDEB, em 2013, o Professor afirma que a meta do João Paulo II é auxiliar a escola municipal a atingir mais de 5,8 na pontuação, passando a ser a melhor escola pública do município. “Para 2015 estamos projetando uma média superior a 6,1. Assim, alcançaremos a meta nacional com 5 anos de antecipação”, estima.
Atualmente o Centro atende cerca de 220 alunos carentes de 3 a 14 anos, com ensino integral das 8h às 16h30 na educação infantil (3 a 6 anos) e programa de contraturno de 4 horas diárias para 150 estudantes da rede pública. As metas estipuladas pelo CEJPII já foram alcançadas e mais que dobrada a meta de número de alunos, prevista para 100 estudantes no terceiro ano de funcionamento da escola. Além disso, o projeto chamou a atenção da Universidade de Yale, que incluiu a escola em um programa de apoio promovido por ela, o Global Social Enterpreneurship.
No João Paulo II os alunos têm uma jornada escolar diária de mais de oito horas, a mesma dos países desenvolvidos e duas vezes maior do que a jornada comum nas escolas brasileiras. Os estudantes são selecionados pelo critério da renda familiar, ou seja, quanto menor a renda, maior a prioridade para a matrícula. “São crianças carentes da região de Piraquara, cuja situação sócio-econômica é avaliada por uma equipe do SESI/PR, que vai até a casa do estudante para analisar a efetiva situação familiar”, explica Castor.
Atividades extracurriculares
O Centro oferece diversas atividades para que as crianças sintam vontade de frequentar a escola como oficinas de teatro, de música e de dança, além dos esportes. As aulas de Karatê, por exemplo, são frequentadas por todos os alunos, que aprenderam a ter mais disciplina e respeitar o próximo. “A maior mudança percebida entre essas crianças foi a melhora no comportamento deles. Além disso, notamos uma interação maior entre os alunos, o respeito aos colegas e a contenção da agressividade”, avalia Priscila Vilas Boas, professora de karatê.
Recentemente a escola também firmou uma parceria com a Escola de Futebol do Clube Atlético Paranaense para que os alunos do Centro tenham aulas profissionais do esporte. As aulas de futebol serão ofertadas para todos o estudantes do João Paulo II que tenham, no mínimo, 5 anos de idade, inclusive os alunos do contraturno escolar. “Essa é mais uma oportunidade que estamos proporcionando aos nossos jovens para que permaneçam estudando e que sintam vontade de frequentar a escola, usufruindo de toda a estrutura que podemos oferecer”, afirma Castor.
Números da escola
Alunos – A escola atende hoje cerca de 220 estudantes, sendo:
-65 alunos de 3 a 4 anos do ensino infantil integral – metade do Infantil I e metade do Infantil II.
– 120 alunos de 6 a 11 anos de contraturno do ensino fundamental da Escola Municipal Júlia Wanderley, de Piraquara.
– 30 alunos de 11 a 14 anos, do 5.° ao 9.° ano do ensino fundamental, de contraturno da Escola Professor Vera, de Piraquara. A meta é que, a cada ano, mais 30 alunos destas séries integrem a escola.
Custos de manutenção – A manutenção da escola custa em torno de R$ 70 mil mensais, ou seja, cada aluno custa cerca de R$ 350 por mês.
Alimentação – A escola oferece 500 refeições por dia.
Bom Jesus e SESI/PR – O Colégio Bom Jesus faz a seleção dos professores, elaborou o material pedagógico e orienta toda a parte pedagógica da escola. O SESI/PR orienta toda a parte social e extracurricular.
Contraturno – O contraturno tem 4 horas diárias e acontece das 8h às 12h ou das 12h às 16h. As crianças almoçam na escola. No contraturno as crianças têm aula de reforço de Português e Matemática. Em parceria com o SESI/PR, têm oficina de música, dança, teatro, educação física, inglês, espanhol e artes plásticas.