Centro de Educação João Paulo II faz 3 anos e supera metas

O Centro de Educação João Paulo II faz três anos neste 26 de abril. A escola atende 260 alunos carentes de 3 a 14 anos de Piraquara, na Grande Curitiba, com ensino integral das 8h às 16h30 na escola infantil (3 a 4 anos), e programa de contraturno de 4 horas diárias para 200 estudantes da rede pública.

Propiciar educação de qualidade gratuita para crianças de baixa renda é um projeto que está dando certo. Neste período de funcionamento foram alcançadas as metas de contraturno estipuladas para o quarto ano do Centro, e mais que dobrada a meta de número de alunos, prevista para 100 estudantes no terceiro ano da escola. Além disso, o projeto chamou a atenção da Universidade de Yale, que incluiu a escola em um programa de apoio promovido por ela, o Global Social Enterpreneurship.

De acordo com Belmiro Valverde Jobim Castor, um dos idealizadores do Centro, os 260 alunos têm uma jornada escolar diária de mais de oito horas, a mesma dos países desenvolvidos e duas vezes maior do que a jornada comum nas escolas brasileiras. Os estudantes são selecionados pelo critério da renda familiar, ou seja, quanto menor a renda, maior a prioridade para a matrícula. “São crianças carentes da região de Piraquara, cuja situação socioeconômica é avaliada por uma equipe do SESI/PR, que vai até a casa do estudante para analisar a efetiva situação familiar”, explica Castor.

Uma das grandes conquistas de 2012 foi o fato de os alunos da Escola Municipal Júlia Wanderlei que fazem o contraturno no CEPJII terem obtido o segundo maior escore das escolas públicas de Piraquara no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), com a nota 4,9. A meta para 2014 é que a nota chegue a 6,1, índice que o Governo Federal pretende atingir somente em 2020.
A manutenção da escola custa em torno de R$ 110 mil mensais, valor coberto integralmente por doações de parceiros e voluntários. A escola mantém parcerias estratégicas com o SESI-PR e com o Colégio Bom Jesus, e é hoje mantida por empresas patrocinadoras e por 120 pessoas físicas, que fazem doações mensais com valores a partir de R$ 100,00.

Os professores são formados, têm especialização e são remunerados nos padrões de uma escola da rede privada. “O custo por criança é aproximadamente o mesmo que o Estado gasta em uma escola da rede pública. Mas, no Centro, elas estudam em regime integral e recebem três refeições por dia, gratuitamente”, revela.

Em 2010, o Centro atendeu 120 crianças. Em 2011, foram 160 os estudantes atendidos e no ano passado este número subiu para 210 alunos. Hoje são 260 estudantes em sala, e Castor prevê atender mais 30 crianças e adolescentes a cada ano.
Quanto aos objetivos da escola, Castor gosta de citar o filósofo americano John Rawls, que afirmava que a sociedade justa não é aquela que garante a todos os seus filhos a plena realização de seus objetivos, pois isso é impossível; mas é aquela que garante a todos os seus filhos possibilidades semelhantes de alcançar essa realização.

Números da escola
Alunos – A escola atende hoje um total de 260 estudantes, sendo:
– 65 alunos de 3 a 4 anos do ensino infantil integral – metade do Infantil I e metade do Infantil II.
– 150 alunos de 6 a 10 anos de contraturno do ensino fundamental da Escola Municipal Júlia Wanderley, de Piraquara.
– 45 alunos de 11 a 14 anos, do 6.° e do 7.° ano do ensino fundamental, de Escolas estaduais de Piraquara, que frequentam o programa de contraturno de 4 horas diárias. A meta é que, a cada ano, mais 30 alunos integrem a escola.
Escolas atendidas no contraturno:
Colégio Estadual Romário Martins
Escola Municipal Olga Ribas Martins
Escola Estadual Professor Mário Teixeira Braga
Escola Municipal Rural Dona Julia Wanderlei
Funcionários – 26, contratados e pagos pelo Centro + 4 técnicos e professores cedidos pelo SESI PR para o programa extracurricular
Custos de manutenção – A manutenção da escola custa em torno de R$ 110 mil mensais, ou seja, cada aluno custa cerca de R$ 415 por mês. Os custos já estão sendo alcançados por meio das doações.
Alimentação – A escola oferece 500 refeições por dia.
Quem ajuda – Hoje, os principais apoiadores da escola são Volvo, ALL, Silea Participações, Instituto João Ferraz de Campos e Clube Atlético Paranaense. Também conta com 120 colaboradores fixos mensais, a maioria pessoas físicas, e com 5 voluntários, que doam trabalho.
Bom Jesus e SESI/PR – O Colégio Bom Jesus faz a seleção dos professores, elaborou o material pedagógico e orienta toda a parte pedagógica da escola. O SESI/PR orienta toda a parte social e extracurricular.
Contraturno – O contraturno tem 4 horas diárias e acontece das 8h às 12h ou das 12h às 16h30. As crianças almoçam na escola. No contraturno as crianças têm aula de reforço de Português e Matemática. Em parceria com o SESI/PR, têm oficina de música, dança, teatro, educação física e artes plásticas.
Quem é Belmiro Valverde Jobim Castor – PhD em Administração pela University of Southern California, é tido como um dos maiores especialistas em Administração Pública do Brasil. É professor do corpo permanente do Doutorado em Administração da PUC-PR, membro da Academia Paranaense de Letras e autor do livro “O Brasil não é para Amadores”. Foi vice-presidente do Banco Bamerindus, Secretário de Estado da Educação e, por duas vezes, Secretário do Planejamento do Paraná. Casado com Elizabeth Castor, tem duas filhas e dois netos.