Centro de Educação João Paulo II atende 210 alunos carentes de Piraquara, na Grande Curitiba
No dia 28 de abril é celebrado o Dia Mundial da Educação. Nesta data, muito além de fazer críticas ao ensino no Brasil, que investe apenas 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, é preciso se lembrar de iniciativas positivas, que ajudam a mudar o cenário no país. Um exemplo é o Centro de Educação João Paulo II, que fez dois anos neste 26 de abril, e atende crianças carentes de Piraquara, na Grande Curitiba.
Esta escola atende 210 alunos carentes de 3 a 14 anos, com ensino integral das 8h às 16h30 na escola infantil (3 a 4 anos) e programa de contraturno de 4 horas diárias para 150 estudantes da rede pública. “Nosso objetivo sempre foi propiciar educação de qualidade gratuita para crianças de baixa renda. Com a ajuda de voluntários este Centro ajuda na formação destas crianças que encontram aqui a mesma qualidade de ensino de escolas particulares”, explica Belmiro Valverde Jobim Castor, um dos idealizadores do projeto.
Castor destaca que a iniciativa partiu de querer proporcionar mudanças significativas para as crianças da região e, segundo ele, o melhor caminho para isso seria a educação. “Em vez de ficar só reclamando que o governo precisa investir mais nesta área, há dois anos me juntei com um grupo de empresários e arregaçamos as mangas para, junto com alguns voluntários, ir à luta e enfrentar o desafio de criar uma escola, suprindo a demanda de educação daquela região”, diz. E continua: “Por mais que cada país tenha a obrigação de gastar ao menos 6% do PIB nesta área, este número ainda é muito baixo. Por isso, esta foi uma forma encontrada para mudar a realidade, pelo menos para a formação destas crianças carentes”, comenta.
O idealizador do Centro de Educação João Paulo II lembra que a educação é um direito fundamental de todos, além de ser um dever do Estado. Por isso, Castor afirma que ajudar a proporcionar um ensino de qualidade também é um dever de todos. “A educação abre portas para outros direitos, como saúde, trabalho e lazer. Como estes temas englobam toda a sociedade brasileira também temos o papel de difundir um ensino de qualidade. Isto é o que move todos os voluntários que trabalham em prol deste nosso projeto”, ressalta.
Na escola já foram alcançadas as metas de contraturno, estipuladas para o quarto ano de funcionamento, além de ter sido dobrada a meta de número de alunos, prevista para 100 estudantes no terceiro ano de funcionamento da escola. Além disso, o projeto chamou a atenção da Universidade de Yale, que incluiu a escola em um programa de apoio promovido por ela, o Global Social Enterpreneurship.
No Centro os alunos têm uma jornada escolar diária de mais de oito horas, a mesma dos países desenvolvidos e duas vezes maior do que a jornada comum nas escolas brasileiras. Os estudantes são selecionados pelo critério da renda familiar, ou seja, quanto menor a renda, maior a prioridade para a matrícula. A manutenção da escola custa em torno de R$ 70 mil mensais, valor coberto integralmente por doações de parceiros e voluntários.